A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: PODE UMA MÁQUINA FAZER ARTE? …
Publicado no Facebock em Julho 2023 e tema também abordado numa aula da AUSM em 10 de Outubro 2024
É sobre a coisa mais estúpida que eu já vi até hoje: Uma exposição patente na Árvore, atribuída a Leonel Moura (LM), mas que, de facto, segundo este, é produzida pela Inteligência Artificial!
Pois… escrevi “de facto” e o meu computador corrigiu-me para do termo “de fato”, coisa que não uso há muito tempo. Porque não visto nem fato, nem uso o Acordo Ortográfico, a minha vontade sobrepôs-se à do computador.
Para mim, ele é um instrumento, embora potente, é um instrumento e nada mais!
Eu que pensava que a Arte se relacionava com emoções, e sendo estas exclusivas dos humanos, fiquei catatónico ao ver coisas tão absurdas feitas por uma simples máquina. Com certeza a máquina não tinha os meus gostos, mas vi a exposição e a expressividade da máquina, não me entusiasmou. Era “giro” mas fiquei por aqui
Sim, aquilo é feito por uma máquina, que tanto quanto sei desde 2004, nos procura emocionar com a sua “inteligência”. Estas obras, como a natureza do nosso quotidiano, como qualquer realidade vivenciada, poderiam emocionar-nos. A razão da emoção está em nós e não na realidade que vemos. Neste caso, nem isso!
Qualquer obra de arte que resulta da emoção de um artista tem uma acção que resulta de uma intenção. Aquela operação é mecânica, ainda por cima amorfa, sem qualquer ideia de ritmo, peso, simetria, força, etc. Aquela máquina ao contrário do que diz LM, não pode ter “mais imaginação do que os artistas humanos” porque simplesmente, aquela máquina não tem imaginação, nem emoção nenhuma lhe trespassa pelo mecanismo.
Esse mito da “Inteligência Artificial” corresponde a uma visão redutora e até parola, porque à máquina lhe falta a inteligência emocional. Sei que a “AI” é até auto-regeneradora, isto é, consegue gerar soluções de forma autónoma, sem a intervenção do humano.
Hoje está muito em voga sacralizar os instrumentos informáticos porque não precisamos de saber a tabuada para fazer contas, porque podemos dar erros ortográficos pois ela corrige, eles têm todo o conhecimento do mundo num click, ela normaliza, põe-nos a pensar pouco. Há quem pense por nós! Dá jeito, é fácil!
É confiável se não soubermos usar e aproveitar as suas potencialidades. Mas tem imensas potencialidades, saibamo-las aproveitar.
Lembro um filme notável de Stanley Kubrick, de 1968, “2001, Odisseia no Espaço” onde o computador Hall discorda dos astronautas. A emoção perdura e o Hall é desligado! Por vezes temos que desligar o computador para pensar!
Concordo com a sua afirmação de que a chamada “Inteligência Artificial” leva à Extinção de muitas profissões”. Discordo radicalmente que, no futuro, a profissão de Artista seja uma delas!…
Está por provar que uma máquina se emocione, e dessa forma crie obras com o objectivo de nos emocionar”