› 2005 – Galeria do Palácio
Galeria Municipal Almeida Garret – Porto
PORTO DE LUZ
Trabalho específico para um lugar, “site-generated”, foi projectado para o espaço da Galeria.
Foi intenção do autor que o fruidor ao penetrar no espaço que medeia entre o elemento central – altar de grandes dimensões em material translúcido – e o painel horizontal, vivenciasse a paisagem como elemento da própria paisagem, fundindo-se com ela numa experiência perceptiva inovadora.
› 2005 – Galeria do Palácio
Galeria Municipal Almeida Garret – Porto
PORTO OF LIGHT
Place-specific work, “site-generated”, was designed for the gallery space.
It was the author’s intention that the observer, when penetrating the space that mediates between the central element – large altar in translucent material – and the horizontal panel, would experience the landscape as an element of the landscape itself, merging with it in an innovative perceptual experience.
› 2013 – Galeria Ap’Arte – Porto
PORTO DE SILÊNCIOS
Um pequeno espaço da Galeria, como se de um “casulo” se tratasse, sugeriu ao artista envolve-lo por uma paisagem em construção. São desenhos sequenciais que aprisionam o observador. Materializam-se em geometrias dinâmicas e fugazes que se estilhaçam num écran translúcido.
É também um “site-generated”.
› 2013 – Ap’Arte gallerie – Porto
PORTO OF SILENCES
A small space in the Gallery, as if it were a “cocoon”, suggested to the artist that it was surrounded by a landscape under construction. They are sequential drawings that imprison the observer. They materialize in dynamic and fleeting geometries that shatter on a translucent screen.
It is also a “site-generated”.
OBRA GRÁFICA
GRAPHIC WORK
SERIGRAFIA
No meu caso, a abertura dos quadros é feito por transparentes, quase sempre, feitos manualmente, na base de películas fotográficas. Esta opção confere ao trabalho final uma maior coerência tecnológica. Não há verossemelhança entre a serigrafia e o cartão/projecto que lhe deu origem porque a serigrafia não é uma cópia de um original.
A serigrafia é um original múltiplo e, como tal, assinado e numerado.
SERIGRAPHY (SCREEN PRINTING)
In my case, the mesh’s apertures are made by transparents, almost always made manually from photographic film. This option gives the final work greater technological consistency.
In the case of Abreu Pessegueiro, there is no comparison between screen printing and the cardboard/project which he created, because the print is not a copy of an original. The screen print or serigraph is a multiple original and, as such, it is signed and numbered.
Saber mais sobre serigrafia
É uma técnica de impressão com origem na China, há mais de 3.000 anos. Consiste na passagem da tinta para o papel, através de zonas permeáveis (abertas) de um quadro de rede muito fina. Cada cor exige um quadro e uma impressão. Como resultado, temos várias impressões e consequentemente alguma espessura de tinta, conferindo às provas não só, qualidades cromáticas, como também matéricas.
É o processo de impressão mais adequado para multiplicar a obra de pintura, uma das formas de socialização da arte, porque a torna mais acessível a um maior número de pessoas
A passagem da tinta por permeabilidade faz-se fazendo pressionar uma raquelete quando o quadro está sobre o papel a imprimir.
A rede pode ser impermeabilizada directamente pelo artista ou pode resultar de uma impressão fotográfica.
Know more about Serigraphy
Screen printing is a printing technique which first appeared in China over 3000 years ago. A fine mesh is used to transfer ink on paper, through permeable apertures. Each colour or shade requires its own mesh and print, resulting in several prints. Consequently, the ink has a certain degree of thickness, providing not only chromatic but also textural qualities.
It is the most adequate printing process to reproduce a work of art, one of the means to socialise art, making it accessible to a larger number of people.
The ink is transferred by pressing a blade or squeegee across the screen placed over the printing paper.
The mesh can be made impermeable by the artist or can result from photographic printing.
LITOGRAFIA
O desenho na pedra, pela sua textura granulosa, permite-me uma expressão da linha e da mancha com várias intensidades e valores lumínicos. Utilizo também a desconstrução dos limites ortogonais da imagem. Para acrescentar elementos cromáticos, uso impressões serigráficas.
LITHOGRAPHY
The drawing on the stone, due to its grainy texture, allows me to express the line and the stain with various intensities and luminous values. Also I make the deconstruction of the orthogonal limits of the image. To add chromatic elements, I use screen printings.
Saber mais sobre litografia
Inventada em 1797 pelo alemão Alois Seneflelder, a litografia é a técnica de impressão que mais se aproxima ao desenho para a obtenção de múltiplos. O artista realiza o desenho numa pedra calcária especial, oriunda da Baviera com material gordo (lápis ou tinta). O papel humedecido é colocado sobre a pedra, previamente molhada e tintada, e a imagem é transferida por pressão, por meio de uma prensa. (A tinta que também é gordurosa, só adere às linhas riscadas pelo lápis gordo. As áreas da pedra que estão húmidas repelem a tinta gordurosa). Trata-se de uma técnica muito exigente quanto à destreza gráfica do artista porque não são permitidas hesitações nem erros de execução do desenho. O desenho a lápis gordo na pedra, pela sua ligeira textura, permite uma expressão macia e suave, enfatizando a espontaneidade do risco e a gradação claro/escuro das superfícies.
Lito-serigrafia é a técnica mista de Litografia e Serigrafia.
Know more about Lithograph
Invented in 1797 by the German actor and playwright Alois Senefelder, lithography is the printing technique which is most similar to drawing intended to obtain copies.
The artist draws on a special limestone from Bavaria with a greasy material (crayon or ink).
Damp paper is placed on the previously moistened, tinted stone and the image is transferred to paper by the pressure of a printing press. (The oil-based ink only sticks to the lines etched by the greasy crayon. The moist areas of the stone repel the oil-based ink).
It is a very demanding technique, requiring graphic dexterity from the artist, who cannot hesitate or make mistakes while drawing. Greasy crayon drawings on stone produce a soft, smooth representation, due to their light texture, which emphasises the spontaneity of the etchings and the light/dark gradients of the surfaces.
The Litho-Screen printing is a technique mixing Lithography and Screen Printing.
CERÂMICA
CERAMICS
CERÂMICA
Foi em 1969 que, sob orientação de Jorge Almeida Monteiro fiz as primeiras experiências na Fábrica de Cerâmica da Nazaré.
Agora, nas Oficinas da Árvore, apoiado pelo Pedro Gil, após ter realizado vários conjuntos de múltiplos cerâmicos com serigrafia, tenho feito pratos originais, recortando a pasta fresca, alterando a sua forma circular. Após a cozedura a 1000º, passo a pintar com pincel e por aerógrafo, após o que é cozido e vidrado.
CERAMICS
It was in 1969 that, under the guidance of Jorge Almeida Monteiro, I made my first experiments at the Nazaré Ceramics Factory.
Now, at Oficinas da Árvore, supported by Pedro Gil, after having made several sets of ceramic tiles with serigraphy, I have made original dishes, cutting out the fresh paste, changing its circular shape. After cooking the 1000º step to be painted with a brush and airbrush, after which it is cooked and glazed.
SERIGRAFIA CERÂMICA
Serigrafia impressa com tintas cerâmicas sobre papel de decalque que transporta a imagem para a peça cerâmica. Necessita ser cozida no forno a 800º. Algumas peças são realçadas pelo artista com tintas cerâmicas.
CERAMIC SCREEN PRINTING
Screen printing with ceramic inks on stencil paper which transfers the image on a piece of ceramic pottery. It has to be baked in an oven at 800º. Some pieces are highlighted by the artist with ceramic inks.
ARTE PÚBLICA
PUBLIC ART
› 1979 – Avenida dos Aliados, Porto | Concurso anulado
com Arq. Mário Costa e Escultor Xavier Costa
Monumento ao General Humberto Delgado
Ao cimo da Avenida, logo abaixo da Praça com o mesmo nome, nesse tempo o pavimento era em calçada portuguesa de calcário.
A nossa proposta consistia em dar a ideia de algo que irrompia do chão. Umas placas de betão branco suspensas, como se uma força brotasse para a liberdade.
Por baixo dessas placas haveria água e iluminação. Tudo era betão branco, incluindo o plinto encimado pela figura do General Humberto Delgado, esta em bronze.
A notícia do JN (20-10-1979) sobre a anulação do concurso refere-se à qualidade da nossa proposta e exprime a “expressão de desassombro e desafio” da figura do General de autoria de X Costa. Esta figuração convive bem com o conceito formal do conjunto, numa perspectiva “contemporânea”.
Hoje, muito provavelmente, esta peça, ou outra qualquer, teria sido retirada aquando da renovação da Avenida dos Aliados em 2005. Hoje está lá um lago desenhado por Álvaro Siza.
› 1979 – Avenida dos Aliados, Porto | Competition canceled
with architect Mário Costa and sculptor Xavier Costa
Monument to General Humberto Delgado
At the top of the Avenue, just below the Square with the same name, at that time, the pavement was made of portuguese limestone pavement.
Our proposal was to give the idea of something that burst out of the ground. White concrete slabs suspended, as if a force was emerging towards freedom.
Underneath these plates there would be water and lighting. Everything was white concrete, including the plinth topped by the figure of General Humberto Delgado, this one in bronze.
The news in JN (20-10-1979) about the cancellation of the competition refers to the quality of our proposal and expresses the “expression of dismay and defiance” of the General’s figure, written by X Costa. This figuration coexists well with the formal concept of the set, from a “contemporary” perspective.
Today, most likely, this piece, or any other, would have been removed during the renovation of Avenida dos Aliados in 2005. Today there, is a lake there designed by Álvaro Siza.
› 1994 – VIA RÁPIDA A28 – PORTO / MATOSINHOS
PAINÉIS EM MOVIMENTO
Dois painéis cerâmicos com 400 metros de extensão ladeiam o desnivelamento da A28 com a estrada da Circunvalação. “Abreu Pessegueiro optou, no revestimento do túnel da Via Rápida, pela instalação de marcações de movimento, servida por uma gama cromática extremamente suave, associadas à função do túnel, obviamente destinado a ser fruído em andamento veloz. Optando pela simplicidade geométrica em vez da figuração rebuscada que perderia todo o sentido, conseguiu efeitos que sublinham a forte pressão a que aquele espaço está sujeito” (Laura Castro in “Murais cerâmicos em Espaço Público”).
Infelizmente, hoje estes murais, encontram-se em estado de total degradação e vandalizados por graffiters.
› 1994 – VIA RÁPIDA A28 – PORTO / MATOSINHOS
MURALS IN MOTION
Two 400-meter ceramic panels line the junction of the A28 highway and Circunvalação route.
“In the ceramics lining the Via Rápida (Fast Route) tunnel, Abreu Pessegueiro chose to depict marks of movement, in an extremely soft colour palette, associated to the tunnel’s function, obviously intended for enjoyment at high speed. Opting for geometric simplicity instead of elaborate figurations which would lose all meaning, he was able to achieve effects that emphasize the strong pressure the space is subject to.” (Laura Castro in “Murais cerâmicos em Espaço Público”).
Unfortunately, those murals are, today, in a total state of degradation and vandalized by graffitists.
› 1998 – PADRÃO DA LÉGUA – MATOSINHOS
ESCOLA ABERTA AO FUTURO
Trata-se de uma escultura, marco com forte impacto visual e simbólico: “Escola Aberta ao futuro”. É construída em betão e “aço cortem”, fazendo uma clara referência à porta para o futuro que é a escola. Trata-se de um projecto a concurso, “Valorização de Espaços Educativos” que não foi aceite, nem construído (por “não se situar dentro do espaço da escola”).
› 1998 – PADRÃO DA LÉGUA – MATOSINHOS
A SCHOOL OPEN TO THE FUTURE
This sculpture has a strong visual and symbolic impact, called “A School Open to the Future”. It is built in concrete and “weathering (corten) steel”, clearly referencing the door to the future that is the school. It was submitted to a competition, “Enhancement of Educational Spaces”. It was not selected or built because “it was not suited to the school environment”).
› 1999 – U. PORTUCALENSE – PORTO
MURAIS EM PEDRA GRAVADA
O arquitecto da nova Universidade Portucalense, José Leopoldo Coutinho, encomendou ao autor a integração no espaço do átrio, de um painel cerâmico de Jorge Barradas (1938), assim como a sua envolvência. O autor criou 3 painéis, com 3 metros de altura por 40 metros de extensão no seu todo . O painel cerâmico foi destacado e aplicado numa lâmina de betão solta do pavimento e das paredes. Os paramentos foram revestidos com mármore igual ao do pavimento mas com desenhos gravados, utilizando uma expressão fundamentalmente gráfica e textural que, suavemente, dialogasse com a expressão de forte cromatismo e relevo do painel de Barradas.
A técnica foi inovadora: a partir de desenhos expressivos, fez-se a digitalização, vectorização e desenharam-se fresas que escavaram a pedra durante alguns meses.
› 1999 – PORTUCALENSE U. – PORTO
STONE ENGRAVED MURALS
The architect of the new Portucalense University, José Leopoldo Coutinho, commissioned the author to integrate a ceramic panel by Jorge Barradas (1938) in the entrance hall and its surroundings. The author created 3 panels, 3 meters in height by 40 meters in width. The ceramic panel was detached and placed on a concrete slab free from the paving and walls. The surfaces were lined in the same marble as the paving and engraved with designs, using an essentially graphic and textural expression, which would gently establish a dialogue with the strong colour palette and relief of Barradas’ panel.
The technique was innovative: based on expressive designs, digitalisations and vectorization were used and inserts were drawn cutting into the stone for a few months.
› 2002 – PONTE DA PEDRA – MATOSINHOS
com Alfredo Barros
LÂMINA DE BETÃO
No topo Norte da Urbanização da Norbiceta, impõe-se um espelho de água e uma lâmina de betão da altura do prédio adjacente, como aquele monolito perfeito do filme “2001-Odisseia no Espaço” de Stanley Kubrick.
Está forrada a azulejo, naturalmente azul. Surge como uma porta entreaberta, simbolicamente, “uma abertura… para uma via de futuro”.
Numa das faces, Alfredo Barros criou a figuração que reclama uma “alegoria à vida”.
› 2002 – PONTE DA PEDRA – MATOSINHOS
with Alfredo Barros
CONCRETE SLAB
› 2006 – PONTE DA PEDRA – MATOSINHOS
com Alfredo Barros
A VIDA TEM MUITAS PORTAS
Numa praceta, surge uma “escultura” constituída por uma parede curva, porticada e decorada com uma figuração apelativa ao imaginário da alegria e da felicidade.
Situa-se entre um espelho de água – onde se pretende enfatizar as imagens refletidas – e um espaço de parque infantil. A forma é orgânica e propicia o jogo às escondidas.
Está forrada com azulejo azul, tendo algumas ombreiras e padeeiras de vãos com outras cores primárias. As figuras de Alfredo Barros são serigrafadas a traço branco, numa temática quase “parnasiana” pelo seu significado lírico, satírico e metafórico.
› 2006 – PONTE DA PEDRA – MATOSINHOS
with Alfredo Barros
LIFE HAS MANY DOORS
There is a “sculpture” in a small square, composed of a curved, portico wall, decorated with figurations calling upon the imagery of joy and happiness.
It is located between a reflecting pool – intended to highlight the reflected images – and a playground. The form is organic and encourages hide and seek games.
It is covered in blue tiles, and has several frames and lintels in openings in other primary colours. The figures by Alfredo Barros are outlined in white, following themes that are almost “Parnassian” in their lyrical, satirical and metaphorical meaning.
› 2009 / 2011 – TANATÓRIO – MATOSINHOS
com Alfredo Barros
MONUMENTO TANATÓRIO
Trata-se de uma parede porticada com extensão de 70 metros e altura de 5; forrada a azulejos com imagens em cerâmica serigafada de 2 a 4 cores e os nomes de cada homenageado no Monumento à vítimas do Naufrágio de 1947 e dos mortos da Guerra Colonial.
Os pórticos são parcialmente interrompidos, com o significado de rupturas no ciclo da vida, mas onde predomina a regularidade e a simetria.
As figuras dos azulejos de Alfredo Barros reportam-se à temática da “Ilha dos Mortos” de Arnold Böcklin.
› 2009 / 2011 – MORTUARY HOUSE – MATOSINHOS
with Alfredo Barros
TANATÓRIO MONUMENT
It is a portico wall, extending 70 meters in width and 5 meters in height; covered in tiles with printed ceramic images in 2 to 4 colours and the names of each individual honoured on the Monument to the Victims of the 1947 Shipwreck and to the victims of the Colonial War.
The porticoes are partially interrupted, conveying the breaks in the cycle of life, but in which regularity and symmetry predominate.
The figures on the tiles by Alfredo Barros allude to the “The Isle of the Dead” by Arnold Böcklin.